História e Origem
Hoje finalizei uma das varinhas mais enigmáticas e ambiciosas que já passaram pela minha bancada: Piragüi Itapirã.
Um nome que carrega a força das línguas originárias e que poderia
ser traduzido como “Lasca de Ouro” — título à altura dessa criação.
Os ingredientes vieram do Espírito Santo, terra de encantos sutis, onde o sagrado se mistura com o mineral, e a natureza abriga guardiões silenciosos. O núcleo da varinha é um fio de cabelo da Mãe de Ouro, criatura mágica de beleza fulminante e poderes inestimáveis. Reza a lenda que três gotas de sangue pingadas em seus cabelos se transformam em pó de ouro.
Para o corpo da varinha, optei por uma combinação pouco ortodoxa: metal no cabo e madeira de Jequitibá-rosa no restante. Essa árvore é conhecida por suas propriedades medicinais usadas na medicina popular para tratar inflamações e pequenas enfermidades. Ao unir esse aspecto curativo ao núcleo da Mãe de Ouro, já tínhamos um artefato mágico singular… mas eu quis ir além…
No cabo, incrustei uma lasca da Pedra Filosofal — sim, uma fração minúscula de um fragmento preservado há gerações. A junção dessa lasca com o fio da Mãe de Ouro criou um fenômeno raro: a produção controlada de pó de ouro ao comando do bruxo.
Contudo, como tudo na magia, há um preço: a varinha exige sangue como pagamento. Cada feitiço que evoca ouro consome a energia vital de quem a empunha. E quanto mais se usa, mais sangue ela exige. A varinha se funde à mão de seu dono, absorvendo o pagamento até o fim da conjuração, liberando então os grãos dourados.
Mas não é só isso — e talvez essa seja sua parte mais perigosa: enquanto empunhada, a Piragüi Itapirã suspende o envelhecimento do bruxo. É como se o tempo hesitasse em avançar enquanto a varinha estiver em suas mãos. Um presente e uma maldição, pois prolongar a juventude também pode significar estagnar o curso natural das coisas.
O resultado é uma varinha poderosa, altamente recomendada para alquimistas, transfiguradores e bruxos curandeiros, mas que demanda maturidade, disciplina e controle emocional. Não é uma varinha para os impacientes nem para os gananciosos.
Ela testa os limites da ambição humana – e cobra por isso.
Pergaminho

Informações Técnicas
Primeiros Mestres
As varinhas da primeira edição não apenas encontraram seus donos — elas escolheram almas cujas mãos estavam prontas para despertar a magia adormecida do nosso mundo.
Como forma de gratidão e honra, os nomes desses primeiros bruxos e bruxas serão eternamente guardados nesta página, inscritos como parte viva da história do Galho Quebrado.
Que suas jornadas sejam longas, e que a magia que os uniu a essas varinhas continue a brilhar por muitas gerações.
Informações da Primeira Edição
Esta varinha já teve sua Primeira Tiragem, cada uma numerada e destinada a bruxos e bruxas que ouviram esse chamado.
Carregar uma peça dessa tiragem é mais do que possuir um artefato mágico: é guardar consigo um fragmento do início de uma nova era.

