História e Origem
Hoje termino uma peça que carrega em si a força dos guerreiros do Sul e o vigor da terra que não descansa. Pitu Mbareté, em tupi-guarani, significa algo como “Suspiro de Energia” — e nenhum outro nome seria mais apropriado para essa varinha.
Os ingredientes vieram do Rio Grande do Sul, terra de chimarrão, neblinas persistentes e coragem ancestral. Para a madeira, escolhi nada menos que a erva-mate, planta sagrada que há séculos sustenta povos inteiros com seu poder revitalizante. Mas a escolha não foi apenas pela tradição — ela remonta a uma história antiga, passada de ancião em ancião entre os povos originários da região.
Diz-se que um velho pajé, já cansado pela idade, recebeu em sua aldeia um emissário de Tupã. Após tratá-lo com a honra e hospitalidade que os povos do Sul têm como lei sagrada, o velho revelou seu medo: não queria tornar-se um fardo para sua jovem filha. Em resposta, Tupã lhe concedeu uma dádiva: uma planta mágica, cujas folhas, quando consumidas, dariam energia e longevidade ao seu corpo cansado. Essa planta? A erva-mate.
Já para o núcleo, busquei algo raro e igualmente potente: a lã do Ahó-Ahó.
Essa criatura, ainda pouco avistada, é descrita como uma espécie de carneiro gigante, de dentes pontiagudos e comportamento predatório. Recebeu seu nome pelo som aterrador — “ahó… ahó…” — que ecoa pelas matas antes de um ataque em bando. O poder dessa criatura está na união: ataca em grupo, pensa como manada, conjura como coletivo. E isso molda completamente o comportamento da varinha.
Com essa combinação única — a vitalidade da erva-mate e a fúria coletiva do Ahó-Ahó —, Pitu Mbareté se torna uma varinha para líderes, conjuradores incansáveis, estrategistas de frente de batalha. Seu dom mais raro? Ela impede que seu portador se canse ao conjurar. Pelo contrário: quanto mais feitiço é lançado, mais energia ela devolve ao bruxo.
Confesso que, ao empunhá-la, senti uma onda de vigor subir pela minha espinha. É uma sensação intoxicante. Mas é também perigosa. O bruxo que a carrega precisa conhecer bem seus próprios limites, pois essa varinha é capaz de empurrar seu mestre até o fim — e além dele.
Uma varinha feita para os que tomam a dianteira, os que protegem a retaguarda, os que não têm o luxo de parar.
Pergaminho

Informações Técnicas
Etimologia
- “Pytu” significa “sopro” ou “respiração”.
- “Mbareté” significa “energia”, “força” ou “poder”.
Portanto, “Pytu Mbareté” representa “Sopro de Energia” no Tupi-Guarani.
Informações da Primeira Edição
Esta varinha já teve sua Primeira Tiragem, cada uma numerada e destinada a bruxos e bruxas que ouviram esse chamado.
Carregar uma peça dessa tiragem é mais do que possuir um artefato mágico: é guardar consigo um fragmento do início de uma nova era.
Primeiros Mestres
As varinhas da primeira edição não apenas encontraram seus donos — elas escolheram almas cujas mãos estavam prontas para despertar a magia adormecida do nosso mundo.
Como forma de gratidão e honra, os nomes desses primeiros bruxos e bruxas serão eternamente guardados nesta página, inscritos como parte viva da história do Galho Quebrado.
Que suas jornadas sejam longas, e que a magia que os uniu a essas varinhas continue a brilhar por muitas gerações.
